Chapelco: curta o agito dessa 'praia' na neve
Torça por pelo menos um dia ensolarado durante a sua temporada em Chapelco.
Assim o clima descontraído ficará mais evidente. A estação de esqui argentina tem uma "ferveção" similar à das praias brasileiras, com um pessoal bem-disposto que, entre uma atividade na neve e outra, se ajeita em cadeiras para banhos de sol (de roupa, é claro!) e bate-papo. Tudo ao som de Rolling Stones e outros hits que acompanham os visitantes pelos alto-falantes espalhados.
O bom tempo vale também para que se desfrute melhor da vista do Lago Lácar e do Vulcão Lanín, além da Cordilheira dos Andes, o pano de fundo. A cidade mais próxima, a 20 quilômetros do centro de esqui, é San Martín de Los Andes, uma aldeia de montanha que apesar do estilo rústico apresenta bons hotéis, hosterias (tipo de pousada) e cabanas para hospedagem, restaurantes sofisticados de cozinha patagônica, cassino, boates e lojas charmosas. Souvenir obrigatório são roupas e tapeçarias mapuche, tribo indígena nacional.
Se você não tem roupa para esquiar, providencie ainda em San Martín, pois na estação só se alugam acessórios (esquis, bastões e pranchas de snowboard) e botas apropriadas para cada prática. Um alerta: no caso de tempestades de neve, você perde a tarifa do teleférico do dia. Por isso, avalie se realmente vale a pena comprar um pacote fechado.
Pronto para enfrentar a neve, vá para Chapelco e então suba de gôndola até a primeira parada, a 1.600 metros de altitude. Aí vem a hora da escolha, e são muitas as opções. Você pode exercitar sua ousadia com algumas aulas de esqui ou snowboard, particulares ou em grupo, começando em pistas fáceis e monitorado por instrutores. Conforme o conhecimento do praticante, pode-se subir mais ainda até pistas de nível médio, difícil ou "muy" difícil. São ao todo 31 pistas de esqui, com 30 quilômetros esquiáveis e 12 meios de elevação, entre teleféricos com cadeiras duplas, triplas e quádruplas.
Há também programas mais leves, mas não menos interessantes, como o passeio num trenó puxado por huskys siberianos ou trekking com "raquetas" (acessório colocado nos pés para dar mais firmeza ao caminhar na neve). O trajeto é feito por um bosque de lengas, com ar 100% puro, garantido por um líquen que fica preso às árvores chamado "barba de velho". Outra alternativa são as motos de neve, que fazem percursos sinuosos e agradam aos mais ousados.
Deficientes e famílias
Nos últimos dois anos, um público especial tem buscado Chapelco: deficientes
físicos. Com monitores especializados e equipamentos adaptados, aproveitam
os esportes de neve. Gradualmente, melhoram o desempenho e, segundo o
diretor da Escola de Esqui, Enrique Elgaro, surpreendem pelo progresso.
No caso de famílias, há a creche para crianças de 3 meses a 3 anos e o Jardim de Neve, onde os pais podem deixar que seus filhos de 3 a 5 anos tenham suas primeiras aulas de esqui e brinquem. Para os casais que estiverem em grupos de esqui ou snowboard, esses benefícios são gratuitos no período das aulas.
A estrutura se completa com restaurantes na Base do Morro, na plataforma de 1.600 metros – o La Base e o Antulauquen – e alguns outros, como o Refúgio Graeff, a 1.720 metros. Todos oferecem comidas rápidas, entre paellas, pizzas, crepes, cafés e confeitos artesanais.