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Santa Maria, o coração do Rio Grande do Sul
Bem no centro do Estado do Rio Grande do Sul, a 306 quilômetros da capital, Porto Alegre, numa área de depressão periférica envolta por morros, está a cidade de Santa Maria. Sua posição geográfica lhe confere temperaturas altas no verão, fato estranho em se tratando do Sul do País. Mas, além do clima diferenciado, a região da cidade gaúcha guarda segredos incríveis para o visitante.
Um deles é a riqueza natural, que pode ser comprovada em importantes
descobertas no campo da paleontologia. Fósseis de dinossauro datados de 220
milhões de anos e uma floresta petrificada no município de Mata (a 86 km de
Santa Maria) despertam o interesse de estudiosos do mundo inteiro.
Podem-se ver em determinados pontos os fósseis "aflorando" da terra, como
num museu ao ar livre. Em Mata, troncos gigantes de árvores petrificadas da
Era Mesozóica estão por todos os lados. Nas ruas, em um sítio paleobotânico
e no Museu Guido Borgomanero, que tem um acervo de 2.500 fósseis de grande
valor científico.
O acesso a esse mundo tão misterioso é facilitado pelo Aeroporto de Santa
Maria, que recebe vôos diários de Porto Alegre. A cidade tem três shoppings
e é um grande pólo comercial, o que pode ser comprovado principalmente pelosótimos preços de calçados.
Santa Maria é, ainda, o segundo centro militar do Brasil – composto por uma
base aérea, uma escola de formação de militares e 11 quartéis –, atrás
apenas do Rio de Janeiro. Sem contar que a cidade sedia a primeira
universidade do interior do Brasil – a Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM) –, que tem muitos de seus cursos avaliados com a nota "A" pelo Provão
do MEC e que é anualmente procurada por cerca de 25 mil estudantes para o
seu vestibular.
Além de ter um câmpus que certamente vale uma visita, há o planetário e o
Museu Interativo de Astronomia. O Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe)
tem uma estrutura para recepção de sinais de satélite instalada na
universidade. O Observatório do Sul do Inpe fica em São Martinho da Serra, a
23 km dali, e é de indiscutível importância para a agricultura no Estado,
pois prevê como serão as colheitas.
Museu de Ufologia
Outro campo em exploração na região é o da ufologia, estudo dos objetos
voadores não- identificados, os óvnis, já que o presidente da Associação
Brasileira de Pesquisas Ufológicas, Hernan Mostajo, pretende inaugurar lá,
ainda este ano, o Museu Internacional de Ufologia e Observatório Ufológico e
Astronômico.
A religiosidade também é ponto marcante na cidade. O calendário de festas é vasto, e a que mais atrai fiéis no Estado é a romaria da padroeira do Rio Grande do Sul, Nossa Senhora da Medianeira, até a Basílica Menor da Medianeira. A Catedral Nossa Senhora da Conceição, no centro, passa por um projeto de restauração que visa a preservar sua estrutura e as pinturas do italiano Aldo Locatelli, em seu interior.
Jogo de bocha
A tradição não poderia ficar de fora em Santa Maria. Surpreende pelos
mínimos detalhes. As raízes gaúchas são mantidas em mais de 30 Centros de
Tradições Gaúchas, os chamados CTGs, onde se praticam as danças típicas com
o traje obrigatório: camisa branca, lenço vermelho, bombacha, guaiaca
(cinto) e botas. O jogo de bocha é o mais cotado e esta pode ser uma boa
hora de aprendê-lo. O chimarrão e as delícias da culinária local, fortemente
influenciada pela imigração italiana, também não faltam. E isso o turista
com certeza vai notar. As pessoas levam sua cuia e sua bomba – apetrechos
para se tomar chimarrão – para onde quer que vão. Se têm um tempinho no
entardecer, reúnem-se nas varandas das casas para degustá-lo.
Outra curiosidade é o "gauchês", que faz qualquer visitante sentir-se um
forasteiro. A cada pausa na conversa ouve-se o "bah", interjeição das mais
usadas pela população. Mas o bom mesmo é descobrir sozinho, aos poucos, cada peculiaridade desse povo, conhecido por sua receptividade com os turistas.