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Telefone sem fio. Ligação com chiado. Linha cruzada

A história é clássica e pode ter só dois personagens: Maria, que falou X para João, e João, que disse Y para Maria.

A confusão está feita! Maria interpretou o Y de João como um Z (que fica lá no canto oposto do teclado, podem reparar), que achou que o X de Maria mais pareceu um Xzinho, daqueles bem fracos, com pouca vida. Aí vêm as respostas dos dois lados, que seguem sendo entendidas de outra maneira, a mais longe possível do real, da verdade pretendida por ambos.

Por isso, é fato que não basta ser sincero, não basta ser literal. Humores, rumores, entrelinhas, caras e bocas, o tão temido fantasma-do-passado e até pesadelos mal digeridos podem ocasionar o inevitável entre dois seres: o caos. E isso quer dizer desde uma discussãozinha à toa, que beijando sara, até uma briga incontornável e, portanto, péssima, horrorosa, feia de doer nos corações mais sensíveis e sensatos.

A solução? Se conselho fosse bom, todo mundo sabe, viria em cápsulas mastigáveis - e com sabor pirulito que vira chiclé. Mas não, não, a realidade é parecida com aquele tipo de chocolate que só os mais velhos parecem gostar (inclusive o meu pai)... É meio amarga.

Vale, contudo, respirar fundo sempre - alguém conhece aquele mantra zen-moderninho "mente quieta, espinha ereta e coração tranqüilo"? Também ajuda olhar nos olhos sem fazer cara de contrariado. Ouvir, apenas. (O silêncio é o máximo!) Diriam os mais centrados que o bom mesmo é esperar. Como se fosse um bolo de vó assando no forno de casa. Hahaha, ok, aí já é muita viagem!

Bom, sei lá. O certo é que não existe certo. Certo mesmo é agir com justiça, colocar-se no lugar do outro, ao menos tentar. Agir com fé e esperança. E, claro, amor. A única coisa certa neste mundo, aliás, pessoas que lêem agora, é amar. (Ou alguém aí vai discordar?)

Quarta-feira, Outubro 25, 2006