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Entre-vistas

Uma bela entrevista pode ser feita sem microfone nem gravador. As respostas são guardadas na memória como o refrão de uma canção predileta. E o que nasceu pronto, bom, não é preciso editar. Com faro aguçado percebe-se um furo de reportagem.

Nas entrelinhas, entre as vistas, está tudo o que as palavras tentam explicar. Às vezes fala-se muito, olha-se pouco. No caso, eram ambos muito, na medida. Despidos e desprovidos de máscaras. Participação especial dos cigarros, com a fumaça... Que tentava esconder algo? Ou envolvia as partes para que se procurassem (e se achassem) ainda mais?

Ping-pong de energia, vibração, fluidos. Cenário em tons de cor-de-rosa, ora castanhos, do escuro ao claro. Noite e dia, fuso horário de dois seres e só.

Restavam tópicos a serem abordados, mas toda história boa é algo que não se deve contar de cara, ponto a ponto é que se borda. A melhor pergunta que se pode fazer a alguém é ensinar a gostar.

Segunda-feira, Novembro 21, 2005