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Ela vai...

Todo mundo ficará surpreso quando descobrir que ela é do Brasil. Sim! Terra de Pelé e Ronaldinho, carnaval, Amazônia. Ah, claro, belas mulheres. Geralmente morenas, quase o ano todo seminuas, sempre sensuais, até o último gole de caipirinha. Mas ela é branca feito neve, tímida à primeira vista, de poucas palavras. Faltam referências sobre essa moça de ar misterioso, é verdade...

Por que teria de ser fácil aproximar-se dela? Quem disse que ela está aí, na sua frente? Ela é mais e vai além, sem fazer barulho. Seu apelido é flor, aqui entre os conterrâneos, apesar de que não há raiz que lhe prenda os pés num pedaço de chão. Ela é uma flor aérea, daquelas que vivem no cume das árvores. Espalha suas sementes com o vento, cresce no silêncio da madrugada. Em limites urbanos, procure essa moça atrás de algum livro, na noite calada. Uma bela flor só se faz com os melhores nutrientes que há na natureza.

Ela fala inglês, faz biquinho de francês, é fã de uma boa massa. Ela vai a qualquer lugar, sobe no avião, é primeira classe, e logo está jogando seu perfume por novos ares. Ela deixa saudades por onde passa, ela é a imagem de um sorriso de paz, ela fica no coração de quem teve (tem) a sorte de viver no vaso vizinho ao dela. Porque ela nunca pára, estão lembrados? Ela tem seu espaço reservado nesta grande cidade de onde vem esse relato. Só estamos emprestando seus superpoderes e sua hipergraça para a rainha da Inglaterra. Ouvi dizer, fonte quente, que estão cansados de tanto cinza.

Terça-feira, Setembro 06, 2005