Cachaça com tradição em Paraty
Quatrocentos anos de produção de pinga na região de Paraty, Rio de Janeiro, são mais que um bom motivo para comemorar, certo? Pois a festa já tem data marcada. Entre os dias 15 e 18 deste mês ocorre a 20ª edição do Festival da Pinga, com degustações da bebida e shows variados. O cenário, claro, é o belo casario colonial da cidade fluminense. O evento ocorre no Mercado do Produtor Rural.
Os visitantes terão a chance de provar as diversas aguardentes paratienses, já que participam do festival sete engenhos locais: Coqueiro, Corisco, Itatinga, Maré Alta, Murycana, Paratiana e Vamos Nessa. Vale dizer que são produtores reconhecidos internacionalmente. A pinga Maré Alta ostenta, ainda, origem nobre. Seus donos são ninguém menos que um neto da princesa Isabel e do conde D'Eu, d. João de Orleans e Bragança, e o comerciante caiçara Cazé Gama Miranda, também responsável pela produção da estreante do ano, a Paratiana.
Outras que exibem nobreza são a Corisco e Murycana. A primeira pertence a Anibal Gama, considerado o mágico da alambicagem, e figura na lista das melhores aguardentes do País. Já a Murycana só é comercializada dentro da própria fazenda de mesmo nome, administrada pela cearense Angelita Mury. O local, na verdade um complexo turístico localizado no Caminho Velho do Ouro,é cercado de Mata Atlântica, com bromélias, helicônias, samambaias, entre outras espécies nativas.
Mas, quando o assunto é tradição, merecem destaque a Coqueiro, a Vamos Nessa e a Itatinga. As três têm no mínimo cem anos de existência e reforçam o ranking das mais famosas pingas brasileiras.
Não bastassem as estrelas do festival, muita música promete rechear a
programação. No dia 15, as atrações são um grupo de cirandeiros e o Capoeira
Show (que se apresentam ainda nos dias 16 e 17), além de apresentações
folclóricas e duas bandas de forró. Mais danças, Quintal do Pagodinho e Zeca
Pagodinho no dia 16. No sábado, tomam conta do palco Tok Surpresa e Grupo Molejo. E, no domingo, é a vez de Banda Heros e O Rappa.