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  Cada vez mais brasileiros passam férias a bordo
O Brasil viveu sua maior  temporada de cruzeiros.  Segundo o Instituto 
Brasileiro de Turismo  (Embratur), mesmo sem o balanço oficial do turismo 
marítimo deste verão fechado  (pois a temporada ainda não terminou), sabe-se 
que, até fevereiro de 2002,  houve um aumento de 45% no número de passageiros 
em relação à temporada  anterior.  Nos últimos três verões, a média de 
crescimento do mercado  (medido mundialmente pela quantia de escalas dos 
navios) é de 36,3%. "A  tendência é que venham mais navios para cá", diz o 
coordenador de turismo  náutico do Embratur, Fábio de Freitas.
Diretor-geral da italiana Costa Cruzeiros no Brasil, Renê Hermann afirma ter sido essa a melhor temporada da empresa no País. Com os navios Costa Classica e Costa Tropicale, a Costa atingiu sua mais alta taxa de ocupação. Em 246 dias de navegação em mares brasileiros, houve aumento da capacidade de ocupação em 23% em relação ao ano passado. "Estamos difundindo entre os brasileiros o hábito de programar as férias a bordo", diz ele.
Nos planos da companhia para  o ano que vem está o retorno do Classica (em 
        cruzeiros de sete dias pelo  Nordeste) e do Tropicale (que percorrerá a 
        região do Prata em nove  dias).  Uma das fórmulas que, segundo Hermann, 
        contribuíram para tamanho  sucesso são os cruzeiros temáticos.  O Bahia 
        Fitness, por exemplo, com  ampla programação de atividades físicas, ganhou 
        uma edição a mais em  fevereiro por causa do volume de vendas.
No caso do Rhapsody, 8.200 passageiros subiram a bordo nessa temporada, com um crescimento de 30% em relação a 2001.
 Preços ficam 
        mais baixos
        No entanto, nas palavras do  diretor da Pier 1 (representante do Rhapsody no 
        País), Neriton Vasconcelos,  "a receita foi menor cerca de 15%, ou seja, 
        vendemos mais e ganhamos  menos".  A explicação é simples: os preços para um 
        cruzeiro estão cada vez mais  baixos para atrair mais turistas. Outro fator é 
        a crescente concorrência no  setor. 
 A opinião é compartilhada  pelo presidente da BCR – operadora dos navios 
        Princess Danae e Funchal  (este último não veio ao Brasil neste verão) –, 
        Milton Sanches. "Nossa  receita diminuiu 10% a 20% em relação à temporada 
        passada, apesar de o número  de passageiros ter aumentado em 50%, 11.500 no 
        total", afirma.   Mas, para ele, este não deixa de ser um mercado potencial.        
No próximo verão, Sanches  anuncia a vinda do Funchal para o Nordeste e "uma 
        novidade" para o Sudeste  (que não quis antecipar).  Sua expectativa se 
        justifica: o nível de  aprovação de seus passageiros chega a 98%. "Quem faz 
        um cruzeiro uma vez quer  repetir." Por enquanto, o Princess Danae fica no 
        Nordeste até a Páscoa, em  roteiros curtos de três a quatro noites entre Recife, Natal e Fernando de Noronha, já com lotação  esgotada.