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  Aposta em alto-mar: minicruzeiros e ofertas
Diante dos ótimos resultados do ano passado – a maior temporada de cruzeiros marítimos que o Brasil já viveu –, as expectativas do setor para o verão são otimistas. Mas as representantes dos navios Costa Classica e Costa Tropicale (Costa Cruzeiros), Funchal (BCR), Island Escape (Sun & Sea) e Rhapsody (MSC) têm a árdua tarefa de superar os 142 mil passageiros da última estação.
Como vencer o desafio? Afinal, no ano passado eram sete transatlânticos por aqui – o Princess Danae e o Costa Allegra não vieram desta vez; e no lugar do Island estava o Splendour of the Seas. Promoções e minicruzeiros (com os quais o navio faz mais viagens e assim leva mais pessoas) são a resposta encontrada pelas companhias.
 O Island Escape, novidade por  aqui, será o primeiro a aportar em águas 
        nacionais, no próximo dia 25.   E aposta nas duas estratégias de venda.  
        Segundo Eduardo Nascimento  Filho, diretor comercial da Sun & Sea – 
        representante da Royal  Caribbean no Brasil –, espera-se que 45 mil 
        passageiros embarquem no  Island, cifra igual a que o Splendour recebeu no 
        ano passado.  Graças aos  preços entre 10% e 12% mais baixos que os do 
        Splendour.  E às formas  de pagamento facilitadas: cinco vezes sem juros para 
      algumas saídas.  Na  inaugural, quatro noites a partir de US$ 199.
"A perspectiva é que mais pessoas optem por viajar de navio, que por sua vez farão mais escalas", diz o diretor de Marketing, Ricardo Amaral. "Chegamos a 300 reservas em um dia (13/11), e estamos conscientes e otimistas", comemora. A última saída do Island pelo Brasil será em 4 de abril. Nos itinerários de três e quatro noites, paradas em Búzios, Angra dos Reis e Ilhabela.
 Passagem aérea
        de cortesia
        Velho conhecido no nosso  litoral, o Rhapsody é o único que segue a linha de 
        cruzeiros de sete noites,  exceto o primeiro em 14/12.  Mas foca nos descontos 
        e nos bilhetes aéreos de  cortesia.  Oferece 50% para o segundo passageiro, e 
        o terceiro e o quarto na  mesma cabine não pagam.  Melhor ainda é que a parte 
        aérea é grátis: a partir de  14 cidades brasileiras para o Rio de Janeiro – 
        um dos pontos de partida – e  de seis cidades para embarque no navio em 
        Salvador.  Na rota, estão  previstas paradas também em Búzios, Porto Seguro e 
      Arraial do Cabo. 
Na opinião de Marcia Chiota, gerente de Marketing da MSC, com essas medidas, a ocupação da temporada passada – cerca de 10 mil pessoas – será alcançada e até superada. "Apostamos num mercado secundário: Curitiba, Porto Alegre, Brasília... Com a passagem gratuita, devemos atingi-lo", diz. Além disso, Marcia aponta a comercialização de tarifas em reais desde 4 de novembro. "A partir daí, já sentimos que as vendas começaram a aquecer."
 O trunfo do Funchal, que  chega no próximo dia 28, é a parada em Fernando de 
        Noronha.  E, claro, as  viagens de três e quatro noites.  Assim, durante os 
        cinco meses que permanecerá  na costa nacional, espera embarcar entre 18 mil 
        e 19 mil passageiros, de  acordo com Milton Sanches, diretor da BCR.  Somente 
        os roteiros de Natal (de seis  noites) e de Réveillon e Carnaval (ambos de 
        sete noites) fogem à regra.   O trajeto inclui ainda Fortaleza, Recife, Natal 
      e Maceió. 
No ano passado, com o Princess Danae, a BCR registrou aproximadamente 12 mil passageiros. Sanches revela que aposta em dois fatores para aumentar as vendas: a atuação no mercado do Nordeste e a possibilidade de vender para a Região Sudeste pacotes conjugados com hotéis. Nessa fase inicial, a BCR já atingiu 3.500 passageiros, "apesar da alta do dólar", ressalta Sanches. A venda em reais e a língua oficial, que é o português, são outros chamarizes, segundo o diretor. Os cruzeiros mais curtos custam a partir de R$ 780.
 Para atingir e até tentar  ultrapassar as metas almejadas, a Costa Cruzeiros 
        anuncia cotação do dólar  congelada e outra promoção em que, na compra de 
        dois pacotes, o terceiro e o  quarto passageiros viajam de graça na mesma 
        cabine.  Isso vale para minicruzeiros  de três noites durante todo o mês de 
        dezembro.  Na saída do  dia 15 do Tropicale, o segundo passageiro na mesma 
        cabine não paga.   Pode-se, ainda, parcelar em até seis vezes sem juros, com 
      25% de entrada.  As  viagens custam a partir de US$ 240 por pessoa.  
 Com dois navios em águas  brasileiras – chegando dias 10 e 13/12 –, a Costa 
        Cruzeiros repete sua grande  fórmula de sucesso: roteiros temáticos. Seu 
        diretor comercial, Adrian  Ursilli, diz estar muito confiante na oferta da 
        empresa. "Nosso mix de  produtos, com destaque para o cruzeiro Fitness, 
      demonstra   comprometimento com o mercado brasileiro." 
Os itinerários, de 3 a 17 dias, incluem o Nordeste, Buenos Aires e Punta del Este (no Uruguai) entre as paradas. A boa nova deste ano fica por conta do 1º Cruzeiro do Bem-Estar, mais sofisticado e com programação ligada a nutrição, ginásticas de baixo impacto, ioga etc.
 A meta da Costa Cruzeiros é  atingir 35 mil passageiros (contando-se com 
        cabines duplas), e até 40 mil  pessoas se consideradas cabines triplas e 
        quádruplas.  Na  temporada 2001/2002, foram 29.500, maior índice de ocupação 
        no País, de acordo com  Ursilli.  Para ele, o grande ritmo de crescimento e 
        investimento da Costa no  Brasil e o alto índice de retorno dos clientes são 
      a razão do sucesso. "De  cada dez passageiros, oito a nove voltam."
 O coordenador de turismo  náutico do Instituto Brasileiro de Turismo 
        (Embratur), Fábio de Freitas,  mantém o mesmo otimismo e acredita que este 
        deve ser um bom verão.  "Os cruzeiros de longo curso têm a previsão de 
        aproximadamente 130 escalas  na temporada, o que representa um acréscimo de 
        34% sobre a anterior",  garante.  Ou seja, com um maior número de viagens 
        feitas, os transatlânticos  levam mais gente e, conseqüentemente, arrecadam 
        mais.  Mas, segundo  Freitas, para o mercado, neste momento, "o grande desafio é mostrar aos turistas o  melhor de cada cidade onde o navio pára".